sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Vi(ra)da nova



Se ano novo é vida nova
Eu já carrego 31 vidas em mim.
Ideias teimosas de mais começo
Promessas irrealizáveis, não realizadas
Laços eternos, que se entrelaçaram em outrem.

Todo ano, nova vida
Cada vida, um novo fim, ou o mesmo, quem sabe
A alma encaixada na matéria já moldada
Um desejo de mudança, com os móveis no lugar
O sonho, novo ou o de sempre, re-sonhado.

Todo ano, uma vi(ra)da
A ansiosa contagem decrescente, e paciente
Na espera dos fogos que ilustram a largada
Dos braços que se abrem, pelo abraço
E pra suportar o peso do outra vez

Cada ano, tudo igual
No compasso dos próprios passos, a  gente marca o tempo,
e espera que essa dor no peito
seja docemente levada pelo vento.
Ah, esperança que renova!