segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Já é ano novo?

Faz a mala, desfaz a mala, faz de novo.Abre a agenda, folheia, rabisca, fecha.Marca com um, desmarca com dois.Compra um presente, troca, ganha outro.Come um montão, sente culpa.Liga pra um, esquece dos outros.Esquece de um, mas liga pro resto.Olha o whats, manda mensagem.Recebe mensagem, olha o whats.Vai no mercado, sai do mercado.Marca pra terça, remarca pra quinta.Bebe uma taça, relembra o passado.Planeja o futuro, bebe três mais.Não estreado, nem ainda acabado.O sol não nasceu, e a lua no céu.Já é quase ano novo.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Barquinho de papel

Tem página da vida que a gente não vira!

A gente arranca do caderninho
pra fazer barquinho
e jogar no mar...



segunda-feira, 1 de junho de 2015

Bauzinho, bauzinho

Dia frio, um texto sincero, gente enrolada em lenços e abraços.
Tudo isso mexe com a gente. Comigo.
É difícil ser, humano. Mais difícil fingir não ser, nem estar.
Queria poder, mas me fizeram sagitariana de transparência e falta de modos.
Eu mostro. demonstro. me desmonto toda, inteirinha.
Tudo, cada parte, cada pedacinho do que penso guardar no fundo do meu baú, chamado coração!
Que de tão usado já nem deve abrir direito, tá emperrado. Será?


quarta-feira, 25 de março de 2015

O homem e o cão

Outro dia, voltando pra casa, saí da estação de metrô e comecei a caminhar. Aquela muvuca, gente correndo, querendo vazar dali como se o apocalipse zumbi já tivesse começado.  Pra chegar em casa e pegar o finalzinho da novela, ou o finalzinho do jantar. Afinal, toda casa tem um glutão que esvazia as tigelas, sem pensar duas vezes.

Dou alguns passos, e vejo um homem esperando alguém, ao lado de seu cãozinho. O cachorrinho fica tão ansioso que começa a chorar de emoção. O homem, blasé. O cão abana o rabo, se movimenta pra lá e pra cá, desesperado. O homem, parado, movendo só o pescoço pra analisar alguma garota que passa.

De repente o cão começa a latir desesperado. Ele avistou sua "mãe" chegando e chora, chora, late, late. O homem, calado. A mulher chega, o cão pula nela, abana o rabo, lambe seu rosto. O homem vê a mulher e diz: "Não tem comida em casa."

Que cachorro!